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Until that day arrives, there´s work to be done!
A semana passada elaborei um post sobre a inspiradora lista das 50 Most Innovative Companies 2014, elaborada pela Fast Company. Como prometido, chegou agora o momento de analisar uma das empresas que mais me surpreendeu, a AgLocal.
Para melhor compreender o mercado em que a AgLocal atua, pedi ajuda especializada. Mas já lá vamos.
A AgLocal surge no #43 da lista e é uma empresa norte-americana focada em eliminar os intermediários entre o produtor de animais e o consumidor final. Fundada por Naithan Jones, a AgLocal obteve financiamento de um dos investidores a operar atualmente no mercado, Ben Horowitz, entre outras ventures capital que decidiram apoiar a empresa.
O seu modelo de negócio ajuda o produtor pois permitir-lhe escoar o seu produto sem perder uma significativa margem para os hipermercados, assim como beneficia o consumidor, pois pode comprar diretamente ao produtor, a um preço menor, sem intermediários.
Para além do preço mais baixo, pode saber concretamente de onde vem a carne, qual o produtor, de que região, qual foi a alimentação do animal e até pedir a carne cortada de determinada forma e vê-la ser entregue em casa.
O funcionamento é simples. Através do site ou é possível registarmo-nos (na teoria, pois é apenas válido para a zona de NY) como um dos três elementos:
- Consumidor Final
- Chef de Cozinha / Restaurante
- Produtor
Todas as partes beneficiam - o consumidor tem carne melhor a um preço menor, os restaurantes compram mais barato, com mais qualidade e controlo e o produtor consegue escoar o produto com uma margem de lucro superior, não apenas a consumidores finais, como também a restaurantes .
Através de uma plataforma online disponível para PC, smartphones e tablets, é possível realizar todo o processo de registo, pesquisa, transação e obter o respetivo invoice online.
Naturalmente a AgLocal faz uma seleção dos produtores a marcar presença na aplicação para beneficiar a qualidade final do processo (e fica com uma pequena taxa das transações realizadas, claro...).
Para perceber melhor este processo e de que forma é que modelo de negócio podia ajudar aos produtores e consumidores nacionais, desafiei o Gonçalo Mariano , produtor de animais e veterinário a conhecer a AgLocal, para posteriormente dar umas luzes sobre a sua importância no atual contexto do mercado, pois era a pessoa certa para fornecer um olhar de quem conhece e trabalha no setor.
O texto que se segue é da sua autoria e merece uma leitura atenta, pois vem reforçar a pertinência deste modelo de negócio para os produtores de animais e consumidores nacionais. É extenso, mas só assim é possível ter a big picture. Aqui fica.
Com a entrada de Portugal na União Europeia e com a abertura das fronteiras o comércio de carne passou-se a realizar de portas abertas. Hoje facilmente chega ao consumidor final em Portugal uma bifana proveniente da Dinamarca que foi comercializada por um operador francês e revendida pela grande distribuição portuguesa. Ou mesmo um leitão para assar produzido na Holanda, comercializado por um espanhol e vendido na Bairrada como se fosse um leitão à moda antiga.
O consumidor final não sabe deste trânsito animal e anda enganado pensando que come carne nacional quando na realidade não o faz. Digo-o com toda a certeza e como um orgulhoso produtor nacional de leitões para a Mealhada. Nos bovinos, como aparece no rótulo a origem e a sala de desmancha, o consumidor só não vê se não quiser!
Dinamarca, Holanda, Espanha e Alemanha são os principais produtores de carne de suíno na Europa. A proximidade com a Rússia é um fator determinante porque a EU produz em excesso determinadas carnes, como por exemplo a de suíno, ficando dependente da exportação para países emergentes como a Rússia ou a China. No entanto, existem outros países emergentes, como o Brasil, que tentam entrar ferozmente no mercado russo e chinês.
O preço da carne funciona como uma bolsa e as unidades de comercialização é preço/kg carcaça. O preço, tal como em outros mercados varia consoante a procura e a oferta onde existe um fator importante para o produtor de animais que se denomina custos de produção.
Se não existir um equilíbrio no preço de venda em relação ao custo de produção o produtor não consegue manter a sua atividade que é bastante importante para o setor primário. Este é a única pessoa que tem a capacidade extraordinária de transformar proteína vegetal em proteína animal. Sem eles há fome.
Com a diminuição desta atividades primária, o país torna-se deficitário na produção de carne tornando-se cada vez mais dependente do exterior tanto a nível de preços como de quantidades.
É importante reter dois pontos fundamentais numa exploração de animais: custo de produção e preço de venda.
Custo de produção:
Se o produtor tem a capacidade de transformar proteína vegetal (ração) em proteína animal e tendo em conta que os custos de alimentação representam 70% do custo total e os produtores são dependentes do preço das matérias primas (milho, trigo, cevada, girassol, soja, entre outros produtos), como Portugal é dependente do exterior em mais de 50% dos cereais um produtor nem sempre consegue baixar os custos de alimentação.
Se existir uma comercialização direta entre o produtor e o consumidor final consegue-se passar por cima da grande distribuição. Assim, um produtor passa a ter maior independência financeira e aposta em sectores primários, como a produção de cereais, para ser autossustentável. Esta é grande vantagem da aplicação quanto aos custos de produção: desenvolvimento do sector agrícola para atingir a autossustentabilidade.
Preço de venda:
O produtor vende os seus animais em vida a um matadouro e o preço a pagar é consoante a bolsa da carne. O matadouro por sua vez vende as carcaças à grande distribuição ou vende a retalho pelos talhos.
Se olharmos para as margens de negócio tanto o matadouro mas principalmente a grande distribuição, estes têm praticamente as suas margens garantidas e não abdicam delas. Sendo assim, quando o preço das matérias primas sobe e os hipermercados mantêm os preços e as suas margens acaba por ser sempre o produtor a pagar a fatura.
Acredito piamente que uma comercialização de proximidade, como faz a AgLocal, entre o produtor e o consumidor final seja a sobrevivência dos produtores.
Nem tudo se resume a margens de negócio pois esta aplicação tem como arma um mercado de proximidade, de qualidade, aumento do emprego, estimulação do consumo nacional, potenciando assim o desenvolvimento do setor agrícola.
Por fim resta-me dizer que em Portugal produzimos carne de excelente qualidade, por isso, exija português.
Consuma nacional.
Vivemos numa sociedade altamente globalizada, onde lidar com pessoas de diferentes culturas e sensibilidades é cada vez mais natural.
Cada cultura tem o seu ADN que influencia a forma como cada indivíduo entende e age perante uma negociação.
Richard D. Lewis é linguista e autor do célebre livro "When Cultures Collide", de onde foi extraído o gráfico em baixo, que permite traçar o perfil negocial de 25 diferentes culturas. Pena que Portugal não tenha sido incluído.
Apesar de vivermos numa Aldeia Global, os seus cidadãos têm características locais que influenciam a sua comunicação e que importa compreender e valorizar.
Via Business Insider.
A Fast Company publicou recentemente a sua lista das "World´s 50 Most Innovative Companies 2014", que tenho vindo a dissecar.
Entre vários suspeitos do costume, há muitas empresas que desconhecia por completo e que têm um core-business realmente inovador e surpreendente.
É sempre uma inspiração analisar e perceber o que está por detrás do mindset de projetos diferenciadores e ser surpreendido pela imaginação empresarial vinda um pouco de todos os cantos do mundo.
A lista é suficientemente extensa para ser um "read in progress", mas vale a pena uma visita. Não só pelo conteúdo, como também pelo visual em que é apresentada.
Muito em breve, farei um post detalhado sobre uma das empresas da lista que mais gostei. Stay tuned.
Podem aceder à lista realizada pela Fast Company no link.
Em jeito de recomendação, se não o tiverem feito já, inscrevam-se na newsletter da Fast Company. Para quem gosta de seguir a temática da inovação tecnológica, é um must-have.
Mark Cuban assinou recentemente um artigo no Entrepreneur, onde expõe as suas 12 regras fundamentais para startups. Nem me atrevo a colocar em causa a perspicácia e visão empresarial de Cuban, mas confesso-me negativamente surpreendido pelo ponto 11.
No artigo, Cuban desenvolve o ponto 11 da seguinte forma:
"A public relations firm will call or email people in the publications you already read, on the shows you already watch and at the websites you already surf. Those people publish their emails. Whenever you consume any information related to your field, get the email of the person publishing it and send them a message introducing yourself and the company. Their job is to find new stuff. They will welcome hearing from the founder instead of some PR flack. Once you establish communication with that person, make yourself available to answer their questions about the industry and be a source for them. If you are smart, they will use you."
Talvez Mark consiga fazer o que descreve, pois tem o mediatismo necessário para pegar no telefone ou email e ganhar de imediato a atenção de qualquer editor, mas uma startup não goza do mesmo estatuto e estranhamente Mark parece esquecer-se disso.
Mark também se esquece que uma agência de comunicação possui uma transversalidade de networking entre os media que a permitirá chegar ao contacto com outros meios para além daqueles que "you already read, you already watch, you already surf", além de a aconselhar sobre cada um deles.
Achar que é possível obter os mesmos resultados que uma agência de comunicação, apenas por ter os emails dos jornalistas parece-me altamente ingénuo.
Pela lógica de Cuban, se todos tivermos acesso a uma tabela periódica, somos todos potenciais cientistas e não precisamos da expertise de engenheiros químicos.
Go ahead then:
A Chipotle realizou um anúncio publicitário o ano passado em que Fiona Apple deu voz ao tema "Pure Imagination", servindo de background sonoro para o spot (bem giro por sinal). O vídeo foi um sucesso. Até aqui tudo perfeito.
Porém, recentemente, vieram a público algumas notícias que referem que Frank Ocean teria sido contratado pela empresa em primeiro lugar, mas aparentemente, a meio do processo, Christopher Breaux (aka Frank Ocean) desistiu pois não teria percebido que a sua voz seria usada para um anúncio da Chipotle, mas sim para uma campanha de promoção de agricultura sustentável. Estranho.
Seja como for, o caso azedou e Frank foi processado pela Chipotle, alegando a devolução da totalidade do advance já pago ao artista, uma vez que ele não havia completado o projeto.
Frank perdeu e teve de pagar à marca, que Frank fez questão de assinar o cheque da forma que podem ver.
Tendo em conta a popularidade de Ocean, claro que o tema e a imagem rapidamente se propagaram online, com prejuízos para marca.
O curioso da questão é que, segundo o The Hollywood Reporter, apesar da marca ter visto a imagem do cheque no Tumblr do artista, ainda não o recebeu.
No meio de todo este processo, a marca tem atravessado um período mediático conturbado e encontra-se num processo de gestão de crise que não é, garantidamente, apenas "Pure Imagination"...
O setor dos media nos US tem vindo a obter um significativo interesse por parte de inúmeras venture capitals. Projetos como o Buzzfeed, PandoDaily, Vice, Vox Media, Upworthy e até o Business Insider são alguns dos media online que recentemente obtiveram o interess€ de diversas venture capitals americanas.
O artigo do Quartz é absolutamente obrigatório para perceber o porquê deste processo, assim como para perceber a mudança que está em curso no jornalismo.
Pelo meio, é evidente que os investidores têm medo do jornalismo...nos seus cânones tradicionais, mas apoiam-no quando suportado por determinadas características.
Vivem-se tempos de mudança e quem não os acompanhar e perceber, vai perder sensibilidade e perspetiva.
Leitura obrigatória para qualquer profissional de comunicação.
A semana passada, Cavaco Silva desafiou os jovens deste país a tentarem uma experiência na agricultura em vez de emigrarem.
No âmbito desse desafio, parece-me oportuno apresentar a Freight Farms, uma empresa criada por Jonatham Friedman e Brad McNamara.
A Freight Farms é uma empresa sediada em Boston, que dá a todos a possibilidade de ter uma experiência na agricultura...num contentor.
Esqueçam os campos, os elevados custos com sistemas de rega, a preocupação com o clima, solo e tantos outros factores que influenciam uma boa colheita.
Graças a um sistema muito bem pensado, a partir de 70.000 dólares, a empresa garante-vos um contentor devidamente preparado para o cultivo.
Há leds que simulam o dia e a noite, um sistema climático interno que faz com que as preocupações com a meteorologia desapareçam por completo, assim como um software (e um tablet) que vem com o contentor que vos permite aceder e controlar remotamente a plantação. Esse software permite-vos receber notificações em real-time sobre o estado das plantações e até entrar em video-conferência com o interior do contentor.
Há várias opções de personalização do contentor que permitem acrescentar outras funcionalidades com o objetivo de maximizar o resultado das plantações.
As potencialidades da Freight Farms são vastas, porém, é realmente importante sublinhar que uma ideia que permite que regiões áridas ou gélidas passem a conseguir cultivar vegetais é de louvar. Para além disso, é importante não esquecer que o sistema reduz os custos de produção, além de usar menos água que a agricultura tradicional e eliminar a necessidade de pesticidas ou herbicidas.
For the record, desde o início de 2014, a empresa tem vendido um contentor por semana. A muitos restaurantes pelo que dizem. Makes sense.
Mais informação na Forbes ou na apresentação de Jon Friedman @ TED Conference.
Seth Godin é um dos maiores pensadores do marketing moderno, autor de inúmeros livros, um habitual orador em conferências de todo o mundo e um opinion-leader distinto.
Em paralelo com todas essas atividades, Seth tem também um blog onde escreve diariamente… que não é um blog qualquer. É um dos melhores e mais inspiradores: o Seth´s Blog.
Graças à sua longa e transversal experiência na área do marketing, os assuntos explorados no seu blog são quase sempre repletos de uma sensibilidade empresarial acima da média e expostos de uma forma clara e concisa.
Podia escolher múltiplos posts do seu blog para exemplificar o porquê de o considerar de visita obrigatória, mas escolho um post recente em que Seth conta uma história sobre o seu passado e reflete sobre a importância de aceitar e assumir que os julgamentos que fazemos sobre o mundo que nos rodeia podem estar errados.
Todos nós já tivemos em algum momento a certeza absoluta que a nossa opinião sobre determinado assunto é tão segura, tão inabalável, que não a vamos algum dia mudar. Ora Seth tem um background que não é fácil de igualar mas, como todos nós, já errou e vai voltar a errar.
Na década de 90, errou sobre algo que à partida, aos olhos da atualidade, não oferece grandes dúvidas: a pertinência da Web.
"I don't think the web makes sense. It's just like Prodigy, but slower and with no business model."
Seth refere e bem no seu post, que os seres humanos não são muito bons a assumir que a sua opinião estava errada. É realmente verdade.
Esse é um dos principais erros dos gestores, dos profissionais e de todos nós enquanto indivíduos sociais.
Mudar de opinião não é mau, nem sinónimo de fraqueza. Manter uma opinião e ser autista em relação ao mundo que nos rodeiam é que pode ditar um triste fado, além de perpetuar um empobrecimento interior.
Saber assumir que a interpretação que fizemos sobre algo estava errada e ter a capacidade de aceitar uma nova perspetiva, deitando por terra os nossos pilares iniciais, é um skill.
Leiam a história completa @ Seth´s Blog.
Vale a pena.
Quer seja no Facebook, Twitter, Tumblr, Instagram ou Pinterest, as mulheres são as grandes dominadoras do social media landscape nos Estados Unidos.
A única e grande exceção é o Linkedin, onde se verifica uma percentagem superior de utilizadores masculinos .
Ainda que, infelizmente, a infografia em baixo se debruce sobre a realidade nacional, é relevante verificar este artigo escrito por Alexx Hillsberg no site Finances Online, de onde saliento a pertinência da sua conclusão, que serve de learning importante:
"women interact with brands more often and for a wider range of reasons and they consume and share news more frequently than men, who are likely stuck in news and sports websites. We can expect more content and brands leaning towards women’s interests. If you’re a marketer you should take these trends seriously to position your messaging."
Alexx Hillsberg foi também o responsável pela compilação dos dados na infografia em baixo, usando fontes como o Pew Research Center ou Burst Media.
A realização da infografia esteve a cargo da Ruby Media Corporation.
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