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Always-on? Always?!

por Miguel Reis, em 07.04.15

Estará a tecnologia a estragar a qualidade das nossas refeições? Estarão os foodies a desfrutar verdadeiramente da essência das criações gastronómicas se perdem tempo a tirar fotos das suas refeições, aplicam mais um filtro, crop aqui, alinhar isto e aquilo, hashtag, upload no Facebook, no Instagram, no Twitter, no Pinterest ...

E a nível familiar? Será que a tecnologia está a estragar a essência positiva das refeições em família? Será que a hora da refeição deixou de ser sagrada? 

A Dolmio, uma marca australiana de molhos para massas e refeições pré-feitas, decidiu explorar na sua última campanha esta tendência (crescente) da tecnologia interferir com a ligação dos diversos membros da família durante os momentos das refeições. O vídeo fala por si. E se houvesse forma de desligar toda a tecnologia durante a hora da refeição? Como reagiriam os diversos membros da família?

 

 

A campanha esteve a cargo da Clemenger BBDO / Pollen.

 

Muito na linha conceptual da recente campanha Connect, da Durex.

 

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publicado às 09:00

Love me Tinder

por Miguel Reis, em 13.02.15

 

Ao longo das últimas semanas tenho andado expectante para saber se, com o aproximar do Dia dos Namorados, haveria, em Portugal, alguma empresa a utilizar o Tinder como palco principal para a realização de uma ação no âmbito do Dia dos Namorados. Teria sido o timing ideal para uma empresa se posicionar como pioneira na utilização em Portugal de um canal de comunicação que tem vindo a ganhar notoriedade.

 

Antes de mais, para quem não sabe o que é o Tinder, aqui fica a explicação do conceito da app:

 

Lá fora, houve já algumas campanhas interessantes em torno do Tinder que ajudaram a potenciar a visibilidade de diversos projetos. Tendo em conta o teor da app, se pensam que todas as campanhas estão mais orientadas para o sexo masculino, como esta, da Gillette, enganam-se.

 

Aqui fica um bom exemplo de uma campanha orientado para as mulheres, que foi considerada uma das 10 PR Stunt de 2014 pela Inc.

 

 

Têm neste artigo no Contently um conjunto interessante de mais algumas ações desenvolvidas por empresas e instituições no Tinder que merece uma visita. 

 

E como importa também analisar as campanhas que não correram tão bem, aconselho a visita a este recente artigo do Gizmodo Brasil, focado numa campanha levada a cabo pelo Ministério da Saúde do Brasil, que importa analisar.

 

Qual será a primeira empresa em Portugal a usar o Tinder para comunicar? 

 

...

 

Elvis Presley - Love me Tender

Love me tender,
Love me sweet,
Never let me go.
You have made my life complete,
And I love you so.

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publicado às 08:40

Pay Per Laugh

por Miguel Reis, em 11.10.14

 

 

Há muito que não via uma estratégia tão brilhante quanto aquela realizada pela agência The Cyranos McCann para a companhia de comédia Teatreneu, em Barcelona.

 

Sumariamente, a companhia de teatro vinha a sofrer dificuldades financeiras, agravadas por impostos aplicados ao sector que passaram de 8% para 21%, o que levou a um decréscimo de 30 % de espetadores em apenas um ano.

 

A estratégia passou então por experimentar um novo modelo de negócio assente em tecnologia de reconhecimento facial que permite verificar quantas vezes é que o espetador se ri ao longo do espetáculo, através da instalação de tablets nas cadeiras do teatro.

 

As sessões passaram a ser de entrada livre, sendo no final processado o pagamento apenas correspondente apenas ao número de vezes que se sorriu ao longo do espetáculo.

 

Pricing: 30 cêntimos por riso, num máximo de €24. E estava assim criado o conceito de Pay per Laugh.

 

Resultados? Mais 35 % de espetadores.

 

Grande ideia.

 

 

 

Importa ainda dizer que o projeto arrecadou 8 Lions em Cannes. 



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publicado às 12:39

Sete projetos de media a monitorizar

por Miguel Reis, em 09.10.14

Há uma tendência que tem percorrido o Facebook em que os utilizadores se desafiam  a partilhar os seus top 10 de elementos que os inspiraram ao longo dos tempos. Músicas, livros, filmes, videojogos, and on and on. À boleia dessa tendência, deixo em baixo a lista dos sete projetos de Media que mais tenho visitado em 2014. Not quite the same, mas pode ser útil.

 

Porquê sete e não dez? Porque este não é um conteúdo à lá click-bait...(uma private para alguns jornalistas).

 

A par dos sete projetos, selecionei também um artigo de cada que considerei relevante, em particular para quem gosta da dinâmica da comunicação e do mundo empresarial. Mas não só. A ordem é irrelevante.

 

 

Quartz

http://qz.com

 

Sinopse:

Quartz is a digitally native news outlet, born in 2012, for business people in the new global economy. We publish bracingly creative and intelligent journalism with a broad worldview, built primarily for the devices closest at hand: tablets and mobile phones.

 

Artigo em destaque:  “Why venture capitalists are suddenly investing in news”

http://qz.com/186492/why-venture-capitalists-are-suddenly-investing-in-news/#

 

Medium

https://medium.com

 

Sinopse:

It is a personalized blogging site that allows users to post their writings of more than 140 characters with embedded images. Users ranging from journalists to amateur cooks create, post, leave notes and add recommendations on medium.com. The site also helps users find their targeted audience with less effort.

 

Artigo em destaque: "How quitting my corporate job for my startup dream f*cked my life up"

https://medium.com/everything-about-startups-and-entrepreneurship/how-quitting-my-corporate-job-for-my-startup-dream-f-cked-my-life-up-3b6b3e29b318

 

Shifter

www.shifter.pt

 

Sinopse:

O Shifter é um site independente. É Tech, Science, Brands, Web, Culture & Entertainment. É a certeza de que a única constante é a mudança. É a resposta a uma necessidade cada vez maior de informação. Actualizado diariamente, o Shifter dirige-se a um público jovem, urbano, adepto da tecnologia, utilizador da web, apaixonado por criatividade, ideias, marcas, fotografia, música, cinema, arte e ciência.

 

Artigo em destaque: “Extreme Branding a construção da marca estado islâmico”

http://shifter.pt/2014/09/extreme-branding-a-construcao-da-marca-estado-islamico/

 

Fast Company

www.fastcompany.com

 

Sinopse:

Fast Company is the world's leading progressive business media brand, with a unique editorial focus on innovation in technology, ethonomics (ethical economics), leadership, and design. Written for, by, and about the most progressive business leaders, Fast Company and FastCompany.com inspire readers and users to think beyond traditional boundaries, lead conversations, and create the future of business.


Artigo em destaque: “Millennials Don't Care About Owning Cars, And Car Makers Can't Figure Out Why”

http://www.fastcoexist.com/3027876/millennials-dont-care-about-owning-cars-and-car-makers-cant-figure-out-why

 

Inc.

www.inc.com  

 

Sinopse:

Inc. magazine is a monthly publication focused on growing companies. The magazine delivers real solutions, information, and advice that cover business and management tasks that include marketing, sales, finding capital, managing people, and more. It also offers advice for business owners and CEOs to start, run, and grow their businesses.

 

Artigo em destaque: “The 2014 Inc. 5000 - Meet the fastest-growing private companies in America”

http://www.inc.com/inc5000/list

 

Entrepreneur

www.entrepreneur.com

 

Sinopse:

Entrepreneur magazine identifies trends and opportunities that are just starting to take off, so readers get the inside scoop first. Topics include marketing, management, technological advances, and more, offering a wealth of information about multiple aspects of business operations. From branding your products to navigating the maze of employee benefits, each issue provides information about running a business that will help you get started quickly.

 

Artigo em destaque: “The Venerable Press Release Remains the Cornerstone of Public Relations”

http://www.entrepreneur.com/article/237846

 

The Verge

www.theverge.com

 

Sinopse:

The Verge was founded in 2011 in partnership with Vox Media, and covers the intersection of technology, science, art, and culture. Its mission is to offer in-depth reporting and long-form feature stories, breaking news coverage, product information, and community content in a unified and cohesive manner. The site is powered by Vox Media's Chorus platform, a modern media stack built for web-native news in the 21st century.

 

Artigo em destaque: “Google put its Street View camera on a camel's back to tour the Arabian desert”

http://www.theverge.com/2014/10/8/6946033/google-put-street-view-camera-on-camels-back-to-tour-desert

 

Menção honrosa para os já suspeitos do costume, Mashable, Business Insider e Techcrunch

 

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publicado às 14:13

Endorsement post-mortem ?

por Miguel Reis, em 20.09.14

Na comunicação e no marketing, a expressão "ir mais além" passou a ter um novo significado.

 

Joan Rivers faleceu há duas semanas, mas isso não impediu que os seus perfis no Social Media promovessem ontem o novo Iphone 6.

 

Endorsement post-mortem?

 

Joan Rivers iPhone 6

 

 

Joan Rivers, pela personalidade que manifestou ao longo dos anos neste mundo, estará algures, em outro, a rir-se deste episódio.

 

Também algures, alguém foi despedido.

 

Plot twist...e se a Apple planeou esta estratégia post-mortem propositadamente?

 

Food for thought.

 

Mais detalhes @ Business Insider.

 

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publicado às 10:00

Herói ocidental

por Miguel Reis, em 03.09.14

Há duas semanas fui jantar a casa de um herói invisível. Chamemos-lhe John Doe para o manter tranquilo com a partilha dos pormenores desta história. Ele não é rico, não tem um emprego de sonho, não completou a faculdade, está pleno de sonhos por realizar, mas é das pessoas mais interessantes que já conheci na vida e, orgulhosamente, um dos meus poucos e bons amigos. O John trabalhou 3 anos sem férias a fazer todos os turnos possíveis e imaginários para conseguir juntar dinheiro para ir de mochila às costas para a Ásia durante um mês para conhecer melhor o mundo e, arrisco-me a dizer, conhecer-se melhor a si próprio. Sem mordomias, mas com uma intensa vontade de abrir perspetivas, lá foi ele, sozinho, literalmente de mochila às costas.

 

Quando visitou Taiwan, John deparou-se com um interessante negócio de chá chamado Chatime. Algo similar ao Starbucks, mas orientado para o mercado do chá.

 

 

 

Podem ver o produto a ser confecionado no vídeo.

 

 

Parou na loja, experimentou o produto, adorou o seu sabor e quis saber mais. Chegado a casa do couchsurfer que o acolheu, antes de ir dormir decidiu enviar um email à empresa de chás a referir que gostaria de saber se era possível ter um franchising da empresa em Portugal. O que se passou depois...é quase utópico para a nossa realidade.

 

John levantou-se cedo no dia seguinte e a empresa – cotada em bolsa - já lhe tinha respondido ao email e pretendiam conhecê-lo numa reunião. That easy. Estavam dispostos a conhecer um completo estranho que estava de visita ao seu país e lhes tinha enviado um simples email. Mas isto não é nada, comparando com o que se segue. Como ele já tinha planos para aquele dia, perguntou educadamente se havia possibilidade da reunião ficar para o dia seguinte. A empresa respondeu prontamente que não haveria qualquer problema e ofereceu-se de imediato para o ir buscar a um local da sua conveniência, para que não estivesse preocupado nas deslocações, tendo em conta que não conhecia bem a cidade.

 

No dia seguinte, no ponto de encontro acordado - uma estação de comboios - à hora marcada, chegava a boleia para o português. A boleia era um luxuoso automóvel preto sedan, impecavelmente polido, conduzido por um motorista trajado a rigor. Quando estacionou, duas assistentes saíram do carro, olharam em redor e lentamente dirigiram-se a ele e, confirmada a identidade, acompanharam-no ao carro para o levarem à empresa. Chegado à sede, foi apresentado ao diretor geral da empresa, que fez questão de lhe apresentar todas as pessoas que lá trabalham.

 

Fizeram-lhe um tour completo pela empresa, explicando detalhadamente as funções de cada departamento. Depois desse tour, sentaram-se à mesa e explicaram-lhe o plano de negócios e discutiram os contornos do processo, sem que nada fosse esquecido. Acabada a reunião, levaram-no a almoçar a um restaurante de luxo, onde lhe pagaram todas as despesas. Comeram, falaram, riram, trocam histórias curiosas que as diferenças culturais potenciam e despediram-se, sem que antes disso lhe entregassem toda a documentação necessária para o ajudar a tomar a sua decisão final. Certamente não serei o único a achar este processo algo verdadeiramente admirável.

 

O John acabou por não dar seguimento ao interesse do franchise porque cada chá é vendido em Londres, a única cidade europeia onde a empresa está atualmente, em copos grandes de papel, a cerca de 4 libras. Como em Portugal supostamente o produto deveria manter-se dentro da mesma gama de preços, e ele não estava confortável com isso, abandonou a ideia. Ficou portanto "apenas" a incrível experiência para contar.

 

Enquanto o John me contava este episódio, levantámo-nos da mesa para ir à varanda. Aí, ele começou a explicar-me quem morava no seu bairro e rapidamente começou a lamentar-se da limpeza da rua. "Esta rua está suja, mas eu não posso fazer mais. O mês passado, como ninguém da Junta ouviu as minhas queixas para reforçar a limpeza aqui, peguei na vassoura e varri a rua de uma ponta à outra. Deixei a rua toda limpa dos dois lados. Os meus vizinhos viam aquilo e desviavam o olhar quando olhava para eles, mas eu não consigo chegar a casa e ver a minha rua toda suja com papéis e lixo." (...)

 

Quando voltámos para a mesa, ele concluia que tinha ficado encantado com a forma como se faz negócio em Taiwan e rematou para a realidade nacional: "Vê bem a diferença, Miguel. Cá em Portugal, enviei um mail para uma empresa para saber pormenores do franchise deles e estão há 3 semanas sem me dar resposta. Já lhes enviei mais emails depois disso, mas não tive resposta. Não lhes devo interessar. Não percebo a falta de interesse."

 

Quando cheguei a casa nessa noite, enquanto fazia um balanço das várias horas de conversa, cheguei à conclusão que tenho um amigo que é um herói invisível. Invisível para a Junta de Freguesia, invisível para os seus vizinhos e invisível para as empresas nacionais. Em suma, é invisível para o seu país a diversos níveis.

 

Platão referiu um dia algo extraordinariamente clarividente - "o que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê".

 

Fica-me contudo uma dúvida. Não sei se o John é alguém à frente no seu tempo, ou se está, simplesmente, à frente do seu país...

 

 

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publicado às 09:34

Hyperlapse App

por Miguel Reis, em 27.08.14

 

 

 

O Instagram anunciou ontem à tarde o lançamento de uma nova app chamada Hyperlapse que, confesso, me deixou bastante entusiasmado pelo seu gigantesco potencial criativo.

 

A par da profissionalização crescente dos bloggers, youtubers e viners , parece-me que, em breve, os hyperlapsers serão também uma realidade. Aguardemos.

 

"We’re excited to announce Hyperlapse from Instagram, a new app to capture high-quality time lapse videos even while in motion.

Traditionally, time lapse videos depend on holding your phone or camera still while you film. Hyperlapse from Instagram features built-in stabilization technology that lets you create moving, handheld time lapses that result in a cinematic look, quality and feel—a feat that has previously only been possible with expensive equipment." (@ Instagram Blog)

 

A App é gratuita e está já disponível para iOS (v 7.0) e brevemente para Android.

 

Vídeos de apresentação da app e da sua tecnologia de estabilização de imagem, em baixo.

 

 

Introducing Hyperlapse from Instagram from Instagram on Vimeo.

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 09:00

Um tónico da vida

por Miguel Reis, em 21.08.14

O mês passado li uma interessante entrevista na Marketeer a um ex-banqueiro da JP Morgan que decidira desistir da sua carreira na banca para lançar uma marca de gin. (How cool is that?) Enquanto lia a entrevista pensava para mim o quão interessante seria conhecer aquela figura e dar-lhe os parabéns por ter arriscado a sua carreira em prol de um sonho. Falo de Anshuman Vohra, CEO do gin BullDog.

 

Nos últimos dois anos, cultivo um ritual muito próprio de enviar uma mensagem a responsáveis por histórias, projetos ou episódios inspiradores que vou lendo e este episódio não constituiu exceção. É evidente que nem sempre obtenho feedback, mas, como o meu único objetivo com este ritual é "apenas" dar a conhecer a alguém que o que está a fazer tem significado, fica sempre a sensação de dever cumprido. Além do mais, tenho para mim sempre bem vincada uma velha máxima que li pela primeira vez no (agora gratuito) livro do CEO do projeto TrendHunter.com, Jeremy Gutsche - "expect the best, but be prepared for the worst"...uma máxima que assenta bem a um consultor de comunicação, creio.

 

Após a mensagem enviada, não só obtive feedback, como houve lugar para 20 minutos de uma agradável conversa sobre diversos temas que cuja partilha é irrelevante.

 

Dias depois, fruto de um convite do próprio, conhecia pessoalmente Mr. Anshuman num evento da marca e tinha a possibilidade de lhe dar os parabéns pela sua história de vida.

 

Este episódio é-me particularmente relevante de partilhar porque me permitiu conseguir ligar alguns pontos que andavam soltos, nomeadamente:

 

  • O caso de um colega de liceu que começou um blogue sobre BTT e ciclismo e nunca mostrou interesse em aceitar o meu convite para lhe dar algumas dicas sobre como gerar mais notoriedade para o seu projeto;

  • Um colega de faculdade que não tinha emprego e depois de lhe conseguir arranjar uma entrevista, na véspera, me disse que tinha de reagendar porque já tinha planos para ir à praia;

  • Um desconhecido que desafiei a escrever para este blogue, mas que declinou porque "não tinha tempo";

 

Estes casos reais são úteis para tirar uma grande conclusão que interliga todas estas histórias e que surge sob forma de duas passagens d´O Principezinho, de Antoine de Saint Exupéry. 

 

O que significa "cativar"?

 

É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa.

 

(...)

 

O que é um rito? - perguntou o principezinho.

- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu - respondeu a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas.

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publicado às 09:00

ASAP54 - O Shazam da moda

por Miguel Reis, em 05.08.14

 

 

 

"Qualquer fashionista conhece bem a frustração de ver uma foto de uma celebridade a usar uma peça de roupa extraordinária e não conseguir encontrar a sua proveniência."

 

É assim que a revista Entrepreneur abre o artigo dedicado à app ASAP54, enquadrado num especial "100 brilliant companies". 

 

Daniela Cecilio, a mente por detrás da app, após perceber que as pesquisas escritas não funcionavam para solucionar a procura de peças de roupa, decidiu apostar na criação de uma aplicação baseada em tecnologia de reconhecimento visual que possibilitasse resultados mais satisfatórios.

 

A app é relativamente simples de usar. Tira-se uma fotografia e automaticamente a app vai procurar, na sua base de dados, por produtos iguais ou similares. Os resultados das pesquisas efetuadas são apenas possíveis graças ao envolvimento de diversos engenheiros especialistas em tecnologia de reconhecimento visual (de onde sobressai o especialista Daniel Heesch) que trabalharam na  criação de um algoritmo que compara e identifica múltiplos itens tendo em conta as diferentes texturas ou padrões.

 

 

A página de Facebook da ASAP54 dá vários exemplos de utilização? Vejamos:

 

 

Clutch...

 

 

Vestidos...

 

 

Sandálias...

 

 

 

Fios...

 

 

And on..and on...

 

Atualmente a base de dados da ASAP54 inclui mais de 1 milhão de produtos fruto de parcerias realizadas com lojas como Neiman Marcus, Barneys New York, Net-A-Porter, J.Crew, Topshop, Forever 21, entre muitas outras. O modelo de negócio é simples: a app fica com 5 % de comissão de cada compra realizada através da app. Os fãs da app podem também pertencer à comunidade ASAP54 e ver os principais "style influencers", comentar e explorar as pesquisas mais populares da rede.

 

Em termos de investimento, porque é sempre bom saber, a ASAP54 recebeu $3.75 milhões de dólares de investidores como a e.ventures e Ceyuan.

 

Sobre a criadora, Daniela Cecilio nasceu em São Paulo, foi para Londres estudar design de moda, passou pela Farfetch até lançar em abril de 2013 a ASAP54.

 

A app é gratuita e está disponível para iOS . Brevemente chegará a Android.

 

Crucial para qualquer consultor de imagem e fashionista.

 

 

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publicado às 09:00

Buyology – Martin Lindstrom

por Miguel Reis, em 29.07.14

 

 

Podia enumerar um vasto conjunto de motivos pelo qual a compra do livro de Martin Lindstrom “Buyology – A Ciência do Neuromarketing” é  (quase) obrigatória para todos aqueles que gostam de neuromarketing, mas decidi trazer-vos apenas um episódio do seu livro (editado em 2010, mas intemporal a muitos níveis), para depois tirarem as vossas conclusões. 

 

Antes da história, importa saber quem é o autor. Martin Lindstrom é considerado um dos maiores gurus do marketing e do branding. É marketeer, consultor, conferencista e investigador com mais de 20 anos de experiência e é conhecido por estar sempre na vanguarda da investigação, tendo sido um dos investigadores pioneiros do neuromarketing. Vamos agora à história?

 

Com o objetivo de analisar como reagiam os cérebros dos fumadores quando expostos à visualização dos avisos presentes nos maços de tabaco, Martin Lindstrom, contratou uma vasta equipa médica e reuniu dezenas de fumadores voluntários. Esses, seriam introduzidos numa máquina de ressonância magnética gigante, no valor de 3 milhões de euros, localizada no Centro de Ciências de Neuro Imagem, em Londres. Cada fumador, antes de entrar na máquina de ressonância, era questionado sobre esses avisos.

 

“Os avisos dos maços de tabaco têm algum efeito sobre si?”

- “Sim.”

 

“Tem fumado menos por causa dos avisos?”

- “Sim”.

 

As respostas dos entrevistados eram bastante claras, mas agora era o momento de inserir os voluntários nas máquinas para analisar os seus cérebros…e é aqui que as coisas começam a revelar-se verdadeiramente surpreendentes. O método era simples. Cada fumador era colocado no interior da máquina de ressonância magnética durante cerca de 1 hora. Ao longo desse período, eram mostradas diversas imagens de maços de tabaco com os habituais avisos. Enquanto essa visualização decorria, cada fumador ia indicando o seu desejo de fumar.

Um mês e meio depois, todos os fumadores tinham sido analisados. 5 semanas depois, chegavam então as tão aguardadas conclusões. 

 

- Os avisos colocados nos lados, na frente e na parte de trás dos maços de tabaco não surtiam qualquer efeito em reduzir a vontade de fumar. Nada. Por outras palavras, todas as imagens grotescas, as regulamentações governamentais, os milhões investidos por 123 países em campanhas antitabagistas resultavam, no final de contas, num enorme desperdício de dinheiro. Mais há mais e pior.

 

- Os avisos dos maços de tabaco estimulavam uma área do cérebro dos fumadores, o núcleo accumbens, que é também conhecido como o “lugar do desejo” e é ativada quando o corpo sente desejo de alguma coisa seja álcool, drogas, cigarros, sexo ou jogo. Quando estimulado, o núcleo accumbens necessita de doses sempre maiores para satisfazer os seus desejos.

 

- OU SEJA…os resultados mostravam que os avisos dos maços não só não cumpriam a função de convencer os fumadores a deixar o tabaco, como, ao ativar o núcleo accumbens, pareciam encorajá-los a fumar. A conclusão é óbvia: os avisos destinados a reduzir o consumo de tabaco, o risco de cancro e a salvar vidas tinham-se transformado numa ferramenta de marketing assassina por parte da indústria financeira.

 

Curiosamente, a maior parte dos fumadores respondeu que “sim”, os avisos tinham algum resultado em diminuir a sua vontade de fumar.

 

Oh well...

 

A sinopse do livro refere “ Buyology é uma viagem pelo cérebro do consumidor”. Sem dúvida. Mas é uma viagem fora do circuito turístico que desafia e provoca o leitor numa aventura fora dos parâmetros lineares. E isso é bom, mesmo que algumas verdades custem a saber.

 

 

 

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publicado às 21:00


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